Curiosidades e personagens dos 10 anos de Rei e Rainha do Mar
Descubras curiosidades e personagens dos 10 anos de Rei e Rainha do Mar
O ano era 2008. E a televisão estava sintonizada na Globo. De um lado, um cover de Tim Maia se apresentava no “Domingão do Faustão”.
Do outro, o então nadador Luiz Lima tinha uma ideia enquanto assistia ao programa.
— Lembro que o cover estava acompanhado da banda Vitória Régia , que tocou com o Tim durante anos, o que me remeteu à minha mãe, que tinha o mesmo nome.
E ele cantava a música “Do Leme ao Pontal” , que foi a deixa sobre o que fazer num evento de despedida da natação, já que estava prestes a me aposentar.
Liguei para o Pedro Monteiro, que tem uma empresa que organiza eventos esportivos, e juntos criamos o Desafio do Leme ao Pontal — conta Lima.
Com tudo organizado para poucos meses depois, a previsão era que o nadador começasse a prova pouco antes do nascer do sol.
Com o interesse da TV Globo em transmitir a travessia durante o “Esporte Espetacular”, entretanto, Lima teve que antecipar o largada para a 1h da manhã, para que desse tempo de chegar ao destino com o programa ainda no ar.
— Durante o programa, foram mostrados vários flashes do percurso ao vivo. Segundo funcionários da emissora, a audiência estava ótima e queriam até que ele diminuísse um pouco o ritmo para segurar o público. O Luiz chegou às 10h30m no Pontal, com um público imenso cantando “Urru, é rei do mar”.
Dessa vez foi Monteiro quem pegou a deixa e, no ano seguinte, criou o Circuito Rei do Mar, que completou 10 anos na etapa do último final de semana, numa disputa que desde 2010 inclui atletas femininas.
— Aí, rebatizamos o evento de Circuito Rei e Rainha do Mar, e desde então passamos a promover três etapas amadoras da competição por ano.
Em 2012, incluímos o stand up paddle, o beach run (corrida na areia) e o beach biathlon, e em 2016 começamos a oferecer provas kids: o beach run para crianças a partir dos 5 anos e natação, dos 9 anos em diante — explica Monteiro.
Na etapa do circuito disputada nesse domingo, dia 19 de maio, em Copacabana, atletas amadores competiram na natação, nas categorias Sprint (1Km), Classic (2Km) ou Challenge (4Km); no beach run de 2,5Km ou 5Km; no beach biathlon, que começa com 1km de natação no mar e termina com 2,5km de corrida na areia; e nas provas kids.
O circuito começa as 7h e vai até o meio-dia.
Paixão que atrai novas gerações
Após sofrer um acidente de moto, em 2017, e ficar impossibilitado de praticar qualquer atividade física durante alguns meses, o enfermeiro Horácio Couto decidiu no ano passado participar de todas as etapas Circuito Rei e Rainha do Mar, incluindo as realizadas em outras cidades. Há alguns anos, a competição tem sido levada a outros mares.
— Além das três etapas no Rio, também participei das que foram promovidas em Salvador, Ubatuba, Florianópolis e Brasília. Para convencer a minha mulher, a estratégia era dizer: “Vamos viajar”. Aí, ela aceitava toda animada, mas quando chegávamos ao destino, contava que tinha uma etapa do Rei e Rainha do Mar para disputar — revela.
O primeiro contato de Couto com o circuito também se deu após um problema de saúde. Por indicação médica, ele começou a praticar atividades físicas.
— Um ano antes de eu começar a disputar o Rei e Rainha do Mar, entrei para a musculação e comecei a fazer corrida para aliviar o meu problema de coluna. Depois, passei para a natação em piscina, em que conheci uma galera que participava do circuito. Foi aí que nasceu essa vontade, mas, ao mesmo tempo, tinha muito medo da prova — lembra.
Para não fazer feio, ele passou a treinar com uma equipe, contratou um serviço de assessoria de natação e foi tomando gosto por nadar em mar aberto. E depois do primeiro Sprint (natação de 1Km), não quis mais parar.
— O Rei e Rainha do Mar, para mim, é religião. Fiquei muito feliz que, ano passado, o meu filho, que tem só 4 anos, competiu pela primeira vez na corrida de areia, nas provas kids. O circuito é um momento de encontro entre amigos — frisa.
A primeira vez da advogada Maria Eduarda Medeiros na competição foi em 2017. Na ocasião, ela estava sem nadar há 12 anos e só tinha 30 dias para treinar.
— Só tive tempo de fazer três aulinhas para aprender a nadar no mar e fui para o circuito com a cara e a coragem. Como já pensava em me iniciar no triathlon, essa foi uma ótima porta de entrada — conta ela, que hoje é atleta amadora do esporte.
A tatuagem no ombro direito do gerente comercial Sandro Brás, com a inscrição “Rei e Rainha do Mar” e uma logomarca da competição, é a prova de que a paixão dele pelo circuito é algo que não se apaga fácil. Desde a primeira edição, ele nunca ficou um ano de fora:
— Já fazia a Travessia dos Portos. Aí, quando começou o Rei e Rainha, me inscrevi e não parei mais. Um ano antes de participar, estava na areia, com mais um monte de gente, torcendo para o Luiz Lima conseguir completar o percurso do então Desafio do Leme ao Pontal. Fui caminhando e acompanhando ele em parte do trajeto. Depois, peguei o carro e fui para a Barra vê-lo chegar. Eu era um dos muitos que gritavam “Urru, é rei do mar”.