Sinta-se Mormaii
Publicado em 04/04/2016

Blog de natação | Kazan 2015 A dura lição do primeiro dia das Piscinas

O Revezamento 4x100m livre é considerado, por muitos, como a prova mais emocionante do programa da FINA. Não é a toa que, em campeonatos mundiais, é realizada no primeiro dia e, em jogos olímpicos, no segundo dia, tudo para levantar a adrenalina desde o início, não somente dos atletas, mas, principalmente, do público presente nas arquibancadas. E, por que não, também do telespectador.

Nesse mundial de Kazan, presenciamos uma das maiores vergonhas da história da natação norte-americana e também da australiana. As duas potências da natação internacional sequer se classificaram para as finais do revezamento 4x100m livre. Não é de hoje que esse revezamento é o ponto fraco dos E.U.A. Sendo assim , eles não podem se dar ao luxo de nadar com time reserva.

Atual campeão olímpico, Nathan Adrian não nadou pelas eliminatórias e o time que estava representando os E.U.A nadou muito mal, terminando na 11º posição.

A Austrália passou por um constrangimento de performance ainda maior. Apenas os 12 primeiros times das eliminatórias de revezamentos têm classificação automática para os jogos olímpicos e conseguiram a proeza de terminar na 13º colocação. Cameron McEvoy , considerado o grande favorito ao ouro individual dos 100m livre, não nadou o revezamento.

A lição foi aprendida da pior maneira. Ou os norte-americanos e australianos encaram a eliminatória com extrema seriedade, ou terão que assistir as finais dos Jogos do Rio 2016 das arquibancadas.

Já o Brasil, deixando o patriotismo de lado, nadou muito bem. O quarteto formado por Marcelo Chierighini, Matheus Santana, Bruno Fratus e João de Lucca terminaram numa honrada quarta colocação, com o tempo de 3m 12s 13, atrás da França, Rússia e Itália, respectivamente. A união do time está forte, mas ainda há detalhes a melhorar se quiserem vencer os jogos do Rio 2016. A verdade é que todos os quatro nadadores já têm condições de nadar na casa dos 47 segundos e nenhum deles alcançou esta marca.

E sobre Cielo?

O velocista não está nos seus melhores dias e acabou se classificando para a final dos 50m borboleta com o último tempo (oitava posição). Ele enfrenta momentos de transições, como alteração de técnico e um incômodo no ombro e não sabemos ao certo o quanto poderia ter contribuído para esse revezamento de Kazan. Mas uma certeza existe: se quisermos disputar o ouro nos Jogos Olímpicos de 2016 (e este humilde e esperançoso especialista que lhe escreve acredita que é possível), precisaremos de um rápido e confiante Cesar Cielo no time.