Fábio Gouveia bota pra baixo na Laje da Jagua
Durante o último swell que atingiu a costa brasileira, mais precisamente dia 28 de abril, Fábio Gouveia se dirigiu pra Laje da Jagua, localizada há 5,3km do município de Jaguaruna (SC), para uma investida com com a galera local nas ondas oceânicas do pico.
Confira o relato do mestre que botou pra baixo no Hawaii brasileiro:
Atitude | Fotos: Luis Reis
“Foram várias investidas nos últimos anos pra que eu visse a Laje da Jaguaruna funcionar de jeito.
Com o litoral catarinense bastante recortado, tendo assim uma grande quantidade de picos, fiquei me balançando e dividido entre pegar a laje e outras ondas que também não costumam quebrar com tanta frequência.
Mas, aos 45 do segundo tempo, decidi pela laje em função da previsão de ventos fracos e pela possibilidade de estar perfeito, já que, por se tratar de uma onda a 5.1 km da costa, é sempre uma incógnita.
Zarpei com Luciano Burin às 9:30h da noite e no meio do caminho fizemos uma paragem na BR-101, nas proximidades da praia do Sonho, para pegarmos o fotógrafo Luiz Reis.
Meia noite e meia já estávamos embaixo do cobertor e escutando o barulho das ondas, o que foi confirmado ao raiar do sol naquela sexta-feira (28/4).
Os jets já estavam preparados quando recebemos o aviso de que a embarcação que locamos, proveniente de Laguna, já está aportando no outside.
No trajeto, já dava pra ver o tamanho da ondulação e a laje não parava de espumar. As séries estavam grandes, cerca de 8 a 10 pés com umas de 12 e outras maiores.
O posicionamento era bem difícil, mas, pelo fato de ter uma galera no pico, dava pra se encontrar ao prestar bastante atenção, principalmente com a leve correnteza que nos tirava rumo ao norte.
Lip base
Esperei por um tempo, quando uma da série veio linda e grande. Apontei minha 10’4 pra beira e remei forte. Drop atrasado, brisa de terral na cara e adrenalina a mil.
Completei o drop e ao contornar a parede dei mais outro drop. Que delícia, a ondulação de sul fizera a parede mais longa do que das outras vezes que havia ido ali.
Cavada no estilo
O videomaker Tessari gravava atento para o Canal Off e se mostrou à vontade, pois normalmente os marinheiros de primeira viagem ali enjoam demasiado quando expostos a longo períodos na embarcação. Se ficar ali já é difícil, imagine com um olho no view finder? Dá pra mim, não, prefiro mesmo é ficar na água.
A maior do dia devia ter uns 15 pés e todos tomaram. Ainda dei sorte de estar no rabo da onda e soltei a prancha apenas pra não correr o risco de voltar com o lip. Caramba, pura adrenalina, parecíamos estar no Hawaii.
Havíamos entrado na água umas 9 da manhã, e na hora da pausa, próximo ao meio-dia, estava um espetáculo da natureza. Séries constantes levavam a galera ao delírio.
Dia de Hawaii no Brasil
Como as ondas não paravam, voltei pro mar afim de aproveitar ao máximo. Sãs e salvos, por volta das 15:30 rumamos de volta, até porque também alguns jets já estavam com gasolina na reserva.
Pense numa turma alegre e feliz? Como disse, tudo foi muito intenso e num piscar de olhos já estava retornando à casa. O sono foi carregado de imagens e creio que todos tiveram a mesma sensação. Que dia, que session!
[Fotos: Luis Reis // Matéria completa no site Waves]