Sinta-se Mormaii
Publicado em 04/04/2016

Fábio Gouveia: Triquilha ou Quadri? – Parte 1

Elas foram criadas há décadas, porém, não faz tanto tempo que as quadriquilhas invadiram de vez o cenário do surf.

Atualmente, é raro vermos uma prancha nova que não venha com cinco opções de encaixe para proporcionar a escolha entre tri ou quadri.

Na opinião de muitos profissionais, as triquilhas são ideais para ondas manobráveis, pois, basicamente, permitem arcos mais fechados e verticalizam melhor nas manobras.

Já as quadris, são ótimas para ondas tubulares, pois possuem maior aceleração inicial e aderência nos tubos. Porém, os arcos tornam-se mais abertos e as manobras não tão verticais.

Claro que essas são noções gerais, o que vale mesmo é a preferência individual em cada situação.

Com o intuito de aprofundar um pouco mais o assunto, convidamos o mestre Fábio Gouveia para dividir um pouco da sua experiência como surfista profissional e shaper:

“No passado, as quilhas traseiras das quadris acompanhavam o ângulo e direcionamento das frontais, pois estas funcionavam mais como biquilhas, no entanto, nesse caso, um pouco mais prezas.

As quadris atuais se aproximam mais das triquilhas, por serem rentes a longarina, o que proporciona um ganho de velocidade extra durante a troca de borda, principalmente no ‘down the line, top to bottom‘.

Só discordo no quesito das quadris atuais não irem tão verticais, pois acho, sim, que elas vão verticais também.

Na hora de subir, depende muito do aproach que o cara faz no drop e principalmente na cavada.

Apesar das quadris atuais te levarem em manobras mais abertas, em se tratando de verticalidade, o cara tem a força do conjunto drop/bottom para encurtar e subir reto.

A curiosidade é que em picos de ondas longas, o jogo de triquilhas, quando usado com as laterais maiores que a central, se aproxima um pouco das quadriquilhas atuais.

Em marolas, penso que as três quilhas de tamanho pequeno (todas do mesmo tamanho) são as que mais rendem, pois continuam com controle e não perde-se tanta pressão (configuração pra marola, viu?).”

Na segunda parte da matéria, Fabinho comentará um pouco mais sobre as vantagens e desvantagens de cada opção e qual sua preferência em ondas como Pipe, J-Bay, Saquarema, Vila (SC) e Cacimba do Padre.

Logo abaixo, você assiste um vídeo onde o big rider Carlos Burle aproveita ao máximo sua quadriquilha nas ondas do Rio de Janeiro.

[Foto: James Thisted // Imagens: Divulgação Canal OFF]