Sinta-se Mormaii
Publicado em 04/04/2016

Homenagem de um Guerreiro

Diogo Guerreiro faz questão de preservar os valores que aprendeu com sua família, honrá-los e levá-los adiante.

Afinal de contas, graças e esses ensinamentos completou jornadas incríveis, colocou sua história no Livro dos Recordes, deu a volta ao mundo em um veleiro e vive a eterna aventura que sempre sonhou.

No texto abaixo, Diogo presta uma homenagem ao pai, Luis Paulo Vieira da Silva, que, aos 64 anos, segue velejando com todo seu estilo, cheio de disposição, histórias pra contar e muito a ensinar.

“Minha memória mais antiga do mar é com meu pai. 

Não lembro a praia, embora suspeite ser a Joaquina, em Floripa. 

Lembro do movimento diferente que o mar tinha. 

Sua textura não era como em terra firme. 

Ali tudo mudava constantemente. 

Dava medo, mas era atraente mesmo assim, especialmente por ter meu pai com os olhos em mim.

Ao longo dos anos, continuamos os dois nessa paixão irredutível pelo oceano. 

Quando eu nasci, meu pai já não surfava mais. 

Ele havia sido fisgado pelo windsurf. 

Todo dia que ventava eu comia areia na beira do mar e ele saltava as ondas de wind. 

Até que um dia estávamos os dois, lado a lado velejando. 

Eu tinha 12 anos de idade e, desde então, não paramos mais. 

Algumas coisas aprendi porque perguntei a ele, outras vieram quase de forma indesejada, através de críticas, e outras apenas porque o observei. 

Construí minha carreira profissional apoiado nesses princípios e valores. 

Lembro de quando eu estava cruzando a costa do Brasil de windsurf, ele me falou algo que eu nunca mais me esqueci e se tornou um recurso ao qual constantemente me debruço. 

Ele disse: ‘Meu filho, desistir você pode sempre. Então porque agora? Desistir quando as coisas estão difíceis é fácil. Segure até tudo se aprumar e, se ainda assim, você quiser desistir, então o faça.’

Eu nunca desisti. 

Sempre aguentei um pouco mais em todos momentos difíceis: Um ano e dois meses, do Chuí ao Oiapoque de windsurf; Trinta e uma horas de Noronha para Natal de windsurf; Dois anos e meio de veleiro ao redor do mundo.

Eu sempre pensei naquela simples frase.

Hoje eu tenho 34 anos e meu pai 64. 

Velejamos de kite juntos.

Nunca desistiremos.”

No vídeo abaixo, você assiste ao Luis velejando de kite em Floripa, mantendo o prumo e servindo de exemplo, não apenas ao filho Diogo, mas a todo nós.